tag:blogger.com,1999:blog-5694758529277677533.post1811780810596362148..comments2023-04-11T14:36:02.874+01:00Comments on Livre e Humano: ALEGORIA DO TEMPOAmadeu Carvalho Homemhttp://www.blogger.com/profile/04830938681229758224noreply@blogger.comBlogger2125tag:blogger.com,1999:blog-5694758529277677533.post-77150569381159160662007-05-22T14:15:00.000+01:002007-05-22T14:15:00.000+01:00Dois testemunhos que considero excelentes!Parabéns...Dois testemunhos que considero excelentes!<BR/>Parabéns aos dois autores<BR/>Maria PintoAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5694758529277677533.post-76499086748935848932007-05-14T21:21:00.000+01:002007-05-14T21:21:00.000+01:00Meu Querido Amigo,Não imagina como hesitei em face...Meu Querido Amigo,<BR/>Não imagina como hesitei em face da sua, tão realista quanto enternecedora, postagem. Hesitei, porque não sei até que ponto me posso apropriar do seu espaço para o tornar meu; hesitei, porque senti que me tinha de expor em toda a nudez dos meus sentimentos, das forças mais profundas que me guiam a animam.<BR/>Hesitei, mas, tomada a decisão, aqui estou de coração aberto e sem vergonha a invadir com as minhas reflexões as suas tão belas e tão reais.<BR/><BR/>A «Alegoria do Tempo», compreendo-a, mas sinto-a de uma maneira tão diversa!<BR/>É que, para mim, estive, afinal, sempre em cumes da Vida. Explico.<BR/><BR/>Nasci com saudades e sempre me conheci assim. Saudades de todo o tempo que passou, mesmo daquele que, conscientemente, não vivi.<BR/>Quando, em criança, ouvia o meu Pai contar estórias da sua juventude sentia imensa pena de não ter vivido aquela época, porque me identificava em pleno com tudo o que escutava. Afinal, era como se já tivesse atingido um cume, como se fosse «antigo» num tempo de meninice. Em jovem recordava a infância com saudade tal como se não houvesse mais vida para viver. E tudo se foi repetindo assim, exactamente assim como lhe conto, década após década.<BR/><BR/>Em mim, o passado tem a força de um presente que desejo reviver em cada instante.<BR/>Foi esta compulsão que me atirou para a História: descobrir e reviver, pondo de pé o que estava deitado e coberto pela poeira dos tempos; reviver intensamente o que outros viveram para compreender e explicar o que não foi explicado. Deste modo, estou sempre no cume de uma qualquer montanha que, sendo a minha, não a sinto como tal.<BR/><BR/>Claro que passei por esse processo, que tão bem descreve, de isolamento real. Hoje, pelo lado do meu Pai, sou o decano masculino da Família, tal como já há muito que o sou pelo lado da minha Mãe. Estou na primeira linha do assalto à Vida. Deveria viver essa distância de «terra de ninguém», a que se chama Futuro, com o prazer de cada dia – o amigo com quem se almoça, a conversa que se deixa correr, o silêncio que se ouve, o neto que se acompanha, o sol que nos acaricia, a chuva que tamborila nas vidraças, o rio que se avista da janela, a música que se escuta de olhos fechados. Pois é, era tempo de degustar todos esses pequenos prazeres (ou comummente tidos como tal), mas para mim o verdadeiro prazer está em rememorar o passado – o meu e aquele que não vivi fisicamente!<BR/>E neste viver desconcertado há um travo amargo e, simultaneamente, doce; há uma despedida constante e uma chegada permanente.<BR/><BR/>Está a ver! Ocupei-lhe espaço e nada de útil acrescentei à sua belíssima postagem. Falei de mim, como um egoísta, quando deveria comentar a partilha que fez connosco.<BR/>Um abraçoLuís Alves de Fragahttps://www.blogger.com/profile/09593219147119946942noreply@blogger.com