14 de outubro de 2012
HYERONIMUS BOSCH
Pelo céu azul, sem sombra de quimera, //
Navegava um casal no dorso de uma carpa. //
Do peixe-carpa ninguém contou a história //
Mas houve quem tivesse narrado a maravilha //
De habitarem, nocturnos, no país dos prodígios //
Certos flamingos roxos com bicos de cegonha. //
Tudo isto acontecia nas margens da pintura //
Pois a meio ficava talvez uma Fonte da Vida. //
Ninguém soube se Bosch era o Deus excedente //
Manejando pincéis de todas as cores planetárias //
Ou se aquela tela celebrava um Demo sulfuroso. //
Também ninguém foi capaz de dizer se Bosch //
Era a Vida em forma de loucura ou apenas a Morte //
Tão sensata com um flamingo roxo de pata no ar. //
Mas sabe-se que aquele homem continua a singrar //
Pelas pradarias do céu incontido e muito azul //
Na companhia de uma fêmea, ambos montados //
Numa carpa escamosa, escabrosa e feiticeira.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário