2 de março de 2013
HITCH
Tirei do bolso o meu Hitchcock //
P’ra ver se me iria sentir viver //
Duas vezes como a tal mulher. //
Ou então p’ra me julgar a ver //
A vida dos outros duma janela //
Muito indiscreta e igual àquela. //
Só não queria estar com uma perna //
Partida, embora não me importasse //
Mesmo nada da Grace ante-nupcial. //
Pois é: o Mal, o Mal, o Mal, o Mal //
E um famigerado duplo com cara //
De Perkins, a fingir de bom rapaz //
E aquele chuveiro com música de zás- //
Zás-zás como se houvesse um bicharoco //
Gordo e feio matando pouco a pouco. //
Havia também uma casa velha, rangente //
Com uivos de vento bem dolente e trinta //
E nove degraus. Por mais que faça ou minta //
Há pássaros no ar e nunca saberemos //
Se eles nos atacarão em fúria e à bicada. //
Num porto de mar onde já não há nada … //
Seja assim ou assado, seja assim ou diverso //
Com Hitch, evola o celulóide um aroma perverso.
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