18 de abril de 2013
APESAR DO MEU SONO
Em tempos de breu as palavras sabem a pão ázimo: //
Mastigamo-las na boca e ficam ali sem sabor e sem sal //
Como coisas suspensas num tempo sem razão de ser. //
E o que é deveras obscuro, definitivamente imperfeito //
É que o Criador do mundo fique ali, mas em ausência : //
Cataléptico, dessorado, nos braços de Morfeu adormecido //
Mas capaz de ditar o que deveremos esperar, apesar de nós. //
Magoa-nos este sinal de impotência, o ficarmos na margem, //
O rompimento entre o que vai do meu juízo que valora //
E o orgulhoso veredicto que me determina apesar de mim. //
A velhice é sempre e toda minha, nunca da fieira do Tempo. //
Encaro-te de frente, oh Sombra do meu Ser, e vou em frente, //
Como o absorto sonâmbulo que quer ver, apesar do seu sono.
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