18 de setembro de 2009

OS BOBOS


O “regime que felizmente nos rege”, presidido pelo Cidadão Cavaco Silva, entrou decididamente na fase do delírio esquizofrénico. O diagnóstico é fácil de fazer. Imaginemos que o Presidente Cavaco tenha visitado em 2008 esse oásis de “democracia”, “liberdade” e “pluralismo” chamado arquipélago da Madeira ( é arquipélago, sim, porque há por lá as Desertas e as correspondentes cagarras, que, segundo parece, apreciam irrestritamente a governação do Dr. Alberto João Jardim). E imaginemos ainda que na comitiva presidencial se tenha integrado – ou por convite ou por imposição protocolar – um assessor governamental chamado Rui Paulo de Figueiredo. Eu não conheço – felizmente! – nem o Presidente Cavaco, nem o Grande Democrata Alberto Jardim, nem o assessor Figueiredo. O que se conta, “si vera fama”, é que no decurso do voo, ou mesmo já nas floridas e libérrimas terras madeirenses, o assessor Figueiredo teria sido surpreendido, agora por um outro assessor do PR chamado Fernando Lima, no flagrante delito da conspiração anti-presidencial. Aqui chegado, diversas e terríficas hipóteses se desenham. Quais teriam sido as cavilosas e subterrâneas maquinações do Figueiredo, predisposto a devassar a intimidade sacrossanta de Cavaco?

Aqui, as opiniões dividem-se: há quem sustente que Figueiredo teria colocado no copo de leite do PR um minúsculo microfone, para lhe surpreender as esclarecedoras conversas com a Primeira-Dama, que consta ser, no mínimo, tão inteligente como ele; há quem diga que o famigerado Figueiredo, portador do vírus H1 N1 teria explicitamente espirrado para o prato de ovos mexidos do pequeno-almoço presidencial; há ainda quem assevere que o terrível Figueiredo se teria mancomunado com o Demo para incitar o PR a tentar fazer aquele humor inteligente com que ele deslumbrou os jornalistas (consta que estes se fartaram de rir, mas ninguém se atreveu até hoje a dizer de quê !...).

Contudo, nenhuma das arteiras conspiratas do maquiavélico assessor governamental teriam escapado ao olho de lince de Fernando Lima, o Ladino, mui digno e perspicaz assessor presidencial. O que se jogou foi uma pugna de assessores: de um lado Lima, com as armas de Boliqueime, do outro lado Figueiredo, com o elmo rosa e as armas da Universidade Independente. Claro que o PR Cavaco, devidamente instruído pelo seu staff, não bebeu o leite, rejeitou os ovos e negou-se, formal e firmemente, a contar anedotas. Um Grande Presidente é sempre capaz de Grandes Feitos. Foi isso que aconteceu.

Havia agora que tecer as malhas do contra-ataque: Lima “passou a pasta” a um tal Luciano Alvarez, editor de política (ena!) do jornal Público, que por seu turno instruiu um tal Tolentino Nóbrega (mais lhe valera ser Nicolau Tolentino) , correspondente do jornal das cagarras, perdão, do Jornal da Madeira (ena!), para que este derrancasse, sem apelo nem agravo, sem remissão, sem o menor pingo de complacência, o horripilante “penetra”, o ostensivo imitador luso de Bin Laden, o Figueiredo portador da gripe porcina.

Não tenho mais nada a contar. Os episódios seguintes vão ribombar a seu tempo, mas com a estrídula veemência dos guizos dos bobos medievais, que eram uma mistura de parvos, loucos e videntes.

Olhem lá, Concidadãos, querem que eu leve ISTO a sério? E, nesse caso, quem irá pagar-me os tratamentos do manicómio?

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