12 de fevereiro de 2012

AMEDEO MODIGLIANI




Sim, era ele que pintava
Mulheres fusiformes, ovaladas
Em tons de ocre e gestos-arte-nova
Era ele que lhes depunha nos olhos
Uma ternura do não-sei-quê
E foi ainda ele que as vestiu de vento
Mulheres-brisa, enigmáticas, quase diria
Sem lamento, se não fosse para evitar a rima.
Sim, foi ainda ele que lhes colocou
Na altura das coxas meias de seda
E lhes deu seduções de cores roxas
Mas retiro já destes versos tal paleta
Só para evitar a rima. Amadeu se chamava
Como eu e como Mozart. Mas comigo não se vê
Cavalete de apoio. Com Mozart, sim.
Ele pintava notas com pincel de tintas
Mergulhadas em soluto de Fitzgerald.
Comigo não te safas, pá !
Deste-me um poema
E mal não está (digo eu,
Rendido assim á rima desde já ) …

1 comentário:

João de Castro Nunes disse...

Pelo que toca ao rosto da mulher,
Doutíssimo Poeta e Professor,
cada um o representa como quer,
seja ele exactamente como for!

JCN