13 de fevereiro de 2012

O QUE SOBRA



Do que vai do útero da Terra ao pináculo do Sol,
Nada te digo. Prefiro sepultar o que pressinto.
Do que fica na mesa do festim, depois da boda,
Nada te falarei. Prefiro ouvir a solidão faminta.
Do que tenho na mão obstinadamente fechada,
Nada te entregarei. Prefiro esta secura na jornada.
E contudo, tudo, mas mesmo tudo me poderás pedir
Se souberes soletrar o que sobra de mim depois do mal.

1 comentário:

João de Castro Nunes disse...

Sobras dessas eu tomara
ter algumas do meu lado,
só que não fui tão dotado
de inteligência tão rara!

JCN