10 de maio de 2013

GASTRONOMIA GENESÍACA

Hoje lembrei-me da Bíblia, mais concretamente do Livro do Génesis, do Antigo Testamento. Isto aconteceu porque o almoço consistiu numa boa feijoada, cujo complemento, sápido e bem temperado, consistia em muita costela de porco. A minha primeira reflexão partiu direitinha para o Corão e para as suas interdições. Pobres dos muçulmanos, impedidos de saborear estas surtidas gastronómicas. Mas depois disto, para minha infelicidade, lembrei-me da Criação do Homem, a qual, como é sabido, foi bem distinta da que coube em sorte à Mulher. O ser humano macho nasceu de uma estátua de barro. O Vasto Senhor do Universo, para além de outras qualidades, era oleiro. Por isso, modelou uma estátua de barro, à sua imagem e semelhança, e depois inoculou nela a vida, com o seu potente sopro. Presume-se que, dado o vigor do sopro, Ele poderia ter dado um competente tocador de gaita de foles. Mas depois recordei o modo como a Mulher veio à vida comunitária. Aí, as coisas complicaram-se. Por um lado, o Divino Demiurgo, antecipando talentos de Hannibal Lecter, retirou ao homem ... uma costela. E foi com essa matéria-prima que ele chamou à vida a Mulher. Quando disto me lembrei, a feijoada perdeu para mim todo o sortilégio.

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