O meu Colega Professor Luís Reis Torgal publicou na passada edição de domingo do “Diário de Coimbra” um texto evocativo da personalidade de Joel Serrão, eminente Homem de Cultura, recentemente falecido. É um texto em que todos os “discípulos espirituais” de Joel Serrão se revêem e que sintetiza, com pertinência e justeza, o significado da intervenção intelectual, cívica e humana daquele Ilustríssimo Mestre.
Eu não sei se Joel Serrão foi só Historiador. Sempre aprendi a respeitá-lo como Filósofo, Literato, Esteta e “também” Historiador. Joel Serrão não foi “Homem de um só livro” – nem o poderia ter sido, dada a singular abertura do seu espírito e considerada a versatilidade dos seus múltiplos talentos. A sua insaciável curiosidade levou-o tão depressa à indagação sobre o desenvolvimento dos caminhos-de-ferro em Portugal como ao estudo da obra de Cesário Verde, passando ainda por Antero de Quental e a introdução do socialismo em Portugal, por Teófilo Braga e a problemática do nosso republicanismo ou até pelas reflexões sobre a transformação trazida à Civilização Europeia pela introdução da iluminação eléctrica (o que o levou a distinguir entre o conceito de “noite natural” e o de “noite técnica”).
Ele foi, indiscutivelmente, a referência de uma geração que hoje andará pelos sessenta e tal anos, ou seja, a referência da minha geração. Teria sido o único? Certamente que não! O professor Torgal referencia um outro alto expoente da nossa e de outras gerações, este, felizmente, ainda entre nós: Eduardo Lourenço. Permita o meu Colega que acrescente, por minha conta e risco (e, naturalmente, à margem do sentido do seu artigo de imprensa), os nomes de Joaquim Barradas de Carvalho, José Sebastião da Silva Dias , Borges de Macedo, Vítor de Matos, Miguel Baptista Pereira, todos já falecidos, e Maria Helena da Rocha Pereira – esta Grande Senhora ainda entre nós, para nosso bem e para júbilo da Cultura Portuguesa. Com tais nomes se compõe o florilégio de uma “geração mental”: a que fez a ponte entre o Estado Novo e esta pobre “Democracia”.
Eu não sei se Joel Serrão foi só Historiador. Sempre aprendi a respeitá-lo como Filósofo, Literato, Esteta e “também” Historiador. Joel Serrão não foi “Homem de um só livro” – nem o poderia ter sido, dada a singular abertura do seu espírito e considerada a versatilidade dos seus múltiplos talentos. A sua insaciável curiosidade levou-o tão depressa à indagação sobre o desenvolvimento dos caminhos-de-ferro em Portugal como ao estudo da obra de Cesário Verde, passando ainda por Antero de Quental e a introdução do socialismo em Portugal, por Teófilo Braga e a problemática do nosso republicanismo ou até pelas reflexões sobre a transformação trazida à Civilização Europeia pela introdução da iluminação eléctrica (o que o levou a distinguir entre o conceito de “noite natural” e o de “noite técnica”).
Ele foi, indiscutivelmente, a referência de uma geração que hoje andará pelos sessenta e tal anos, ou seja, a referência da minha geração. Teria sido o único? Certamente que não! O professor Torgal referencia um outro alto expoente da nossa e de outras gerações, este, felizmente, ainda entre nós: Eduardo Lourenço. Permita o meu Colega que acrescente, por minha conta e risco (e, naturalmente, à margem do sentido do seu artigo de imprensa), os nomes de Joaquim Barradas de Carvalho, José Sebastião da Silva Dias , Borges de Macedo, Vítor de Matos, Miguel Baptista Pereira, todos já falecidos, e Maria Helena da Rocha Pereira – esta Grande Senhora ainda entre nós, para nosso bem e para júbilo da Cultura Portuguesa. Com tais nomes se compõe o florilégio de uma “geração mental”: a que fez a ponte entre o Estado Novo e esta pobre “Democracia”.
Que a terra seja leve a Joel Serrão.
1 comentário:
O que se pode acrescentar às suas palavras? Nada ou muito pouco mais.
Da pequenez da minha observação, permitia-me, contudo, juntar mais um nome ao excelente ramalhete que nos apresenta e que, também ele, não foi homem de um só livro, pois distribuiu a sua atenção pela História de Portugal em duas épocas bem diferentes e, em qualquer delas, foi mestre. Mestre que trabalhou em franca colaboração com Joel Serrão. Refiro-me, naturalmente, a António Henrique de Oliveira Marques.
Julgo que é um nome que não fica mal junto aos outros, embora tenha sido essencialmente só Historiador, mas sabendo, contudo, olhar para o passado de Portugal com a sensibilidade do Cidadão e a agudeza do Sociólogo.
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