Oh, quantos dias emergiam do ventre do Tempo
Em que tínhamos de aturar o Dias (oh, quantos dias)…
Mas houve um dia, perdido entre dias,
Em que o Dias se apaixonou por uma Puritana;
E o Dias deixou então, durante dias, de ser um huguenote.
O Dias, pobre dele, sofreu metamorfose e acordou parrana.
Dizem que os dias do Dias perderam a nota do edificante
E que a Puritana – que o era, a sacana – nada perdeu .
Ou seja, o Dias levou dias a pedir o que se sabe
Mas ela, arteira, dissimulada, sabidona, nada lhe deu.
Sim, porque o Dias tinha dias de doutrinações berrantes!
A ironia é que, apesar da paixão, ficou tudo como dantes …
Aqui temos durante muitos dias o Dias preso
À garridice contida de uma bem vivida Puritana
E não já a demonstrações racionais de muito peso.
“Dias, vê como correm os teus dias” , bem lhe dizia a mana.
O bom do Dias, que tinha sido um denodado huguenote,
Levou dias e dias a descobrir que certas formas de amor
Só nos tornam irrecuperável e miseravelmente pequenotes.
Isto de viver dias de grande Amor não é de todos os dias.
Sabes que mais, oh Dias ? até o Amor, velho gaiteiro, tem dias!
5 comentários:
Para ter dias, de facto,
não é preciso ser Dias:
eles surgem por contacto
ou meras analogias!
JCN
Mal-dizer é simplesmente
uma força de expressão,
não passando certamente
de jocosa locução!
JCN
Mal-dizer é diferente
de dizer mal, que consiste
em ofender quem persiste
em manter-se renitente!
JCN
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