25 de março de 2012

O MENESES, A MULHER DELE E OS MENINOS DO MESMO ...



Achei entediante e repetitivo o modo como decorreu o Congresso do PSD, o qual, de resto, não foi muito diferente dos que são feitos pelas restantes organizações partidárias. “Nós somos os melhores ; nós somos os esteios da Democracia; sem nós o país regrediria à situação dos países do Corno (de África, bem entendido); ou a Laranja ou o Dilúvio, etc e tal, pátati, pátata… ”. Tudo visto, lido e respigado, como cantilena de cego, pedindo os votinhos que estarão para vir. Mas houve no Congresso um momento alto. Um momento altíssimo! E foi aquele em que um tipo de Gaia, Luís Filipe, Meneses de apelido, subiu à tribuna, não para celebrar o presente, mas para esconjurar um passado que se julgaria bem extinto (mas não está, não estará tão cedo, a acreditar no tal Meneses). Ora, que disse esta luminária da banda do Jardim e do Coelho? Disse, mais coisa, menos coisa, isto: “Reparem no Durão – é o Presidente da Europa; atentem no Cavaco, que é hoje Presidente da República; mirem o Guterres, que era uma refinadíssima alimária, mas hoje está numa importante courela da filantropia europeia. E agora, focalizem-se no José Sócrates, que hoje é apenas estudante da Sorbonne, onde não se tiram licenciaturas aos domingos e não se faz inglês técnico por fax”. Eu acho que o José Passos, depois de ouvir isto, deveria saltitar-lhe para o colo e oferecer-lhe uma dúzia de cenouras. É que o homem foi teso, gaita! Teso deveras, raios! Nem parecia aquela triste figura, desfeita, derrotada, vencida, reduzido à condição de esterco pelos antigos Colegas lisboetas de Partido, quando declarou que o País estava a ser vítima de uma manobra “sulista – e ele é nortenho (para minha vergonha, que prezo o meu Norte …) – elitista ( e ele é consabidamente gebo e agalegado) e liberal ( e ele parece que quer ser outra coisa)”. Quando os compinchas do PSD o ouviram falar assim, contra o omnívoro e tentacular centralismo lisboeta – que não é “sulista, nem elitista e muito menos liberal” , mas só é sabujote, ignaro e proto-fascizante – atiraram-lhe todos os cães às canelas. E lá se foi à viola, por essa altura, a possibilidade do Meneses ser “gente grande” no PSD. Ora, que fez essa pérola da “soxial-democra-chia” lusitana, quando se viu assim exautorado? Fez isto: pegou na linda Mulherzinha e na filharada e foi chorar em directo (EM DIRECTO, escrevi bem !!!!!! ) para um tempo televisivo, que lhe concederam por compaixão e por dó dos pobres de espírito, num dos canais da TV pública. E foi ver o Meneses, mais a Senhora e mais os meninos, todos “ de sóquete e bábete” , a desfazerem-se em lágrimas, para garantirem que “não senhor, não era bem isso que se pretendera dizer, mas outra coisa mais nobre, mais fidalga, mais “sulista, elitista e liberal”. Se a portugalidade política tivesse um pingo de vergonha e de memória, o Meneses nunca mais teria sido coisa nenhuma em Portugal. Quando muito, por caridade, continuaria e ser o mandarete dos gajos que refocilam e vida e os cargos pelas vielas sujas de Lisboa. Mas não! O Meneses é hoje um dos “exponenciais” do PSD, o que diz tudo do que é ESTE PSD. E assim, para se dar ares, o Meneses tirou da nitreira onde habita esta coisa do “estudante da Sorbonne”. Ora, dá-se o caso de o dito Meneses ser “mérdico”, perdão, médico. Mas um “mérdico”, perdão, um médico “nortista, javardo e xuxial-demo-kata”. E como nunca deu uma prá caixa na profissão, a saída foi fazer-se político, lá pelas alfurjas da foz do Douro, em convívio íntimo com a vaza do rio e o lodo das descargas do saneamento básico das retretes do Porto e de Gaia. Assim, fica por entender por que razão é mais vergonhosa a opção de José Sócrates, quando comparada com a opção de Meneses. Mas isso é o que ele irá explicar, com a Senhora ao lado e a filharada (já espigada) à ilharga, quando for outra vez fazer choradeira para a TV portuguesa …

1 comentário:

João de Castro Nunes disse...

A tropa fandanga



É mesmo assim, Professor: em Portugal
o regime político… vigente
trouxe à ribalta o lixo social
que se encontrava a fermentar, latente!


Tudo meia-tigela: angustiante,
medíocre, sem nível, degraado,
colhendo-se a impressão de estar perante
uma qualquer sessão de baixo fado.


Por este andar, com toda esta maralha,
não se vislumbra, insigne Professor,
maneira de rompermos esta malha


que nos bloqueia e prende a inteligência
a ponto de, perdido o pundonor,
já só pensarmos… na sobrevivência!


João de Castro Nunes