1 de fevereiro de 2013

FEMININO VS. MASCULINO ou OS IDEAIS DE BELEZA

A Bardot fez a passagem do tipo-ideal feminino da minha geração – seios generosos à Loren, lábios grossos e sensuais à Magnani, olhar firme e profundo à Moreau – para o tipo de beleza que Mary Quant e a sua minissaia passaram a advogar. Ou seja, a ninfeta escorrida, vibrátil, ousada, com “todas as coisas no sítio”, mas sem hiper-abundâncias de nenhuma espécie ou natureza. Não sendo grande autoridade para opinar, parece-me, contudo, que o estereótipo de beleza masculina não obedeceu exactamente aos mesmos critérios visuais que serviram todos os machos para qualificar e saudar entusiasticamente o “belo sexo”. Ou seja: hoje, uma Loren ou uma Magnani não impressionaria grandemente um adolescente. A Bardot dos velhos tempos, talvez. Mas estou em crer que o olhar de menino perdido de um James Dean ou o existencialismo de conduta de um Marlon Brando continuariam a provocar suspiros nostálgicos em certos travesseiros feminis. Se for assim – e eu não tenho a absoluta certeza que o seja – isto comprovará que a figura masculina varia menos, como padrão de beleza ou de tensão pulsional, do que a feminina. Já nada digo quanto à usura do tempo na imagem do macho e da fêmea. Não estou para ser crucificado. Sobretudo pelas Magníficas Senhoras que me frequentam a página e que eu tanto prezo. Cala-te, boca !

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