20 de maio de 2009

A CERTOS AMIGOS

Eu tenho dúzias de Amigos com os quais refresco a Alma e projecto o amanhã. Os Amigos são o que sobra do que nós temos de virtual – ou seja, eles são o que nós, dentro de nós próprios, identificamos como o melhor do mundo. Confesso, em contrição, que já não posso passar sem eles e que são eles que conferem aos anos que me faltam viver a graça, a alegria, a esperança do amanhã, a certeza do hoje e o esteio de sempre.

Para a realização de um projecto particular – que não vem ao caso particularizar, aqui e agora – tenho feito reuniões com alguns deles num sítio de digestão gástrica, sito em Coimbra, no Terreiro da Erva. Dá esse lugar pelo nome de “Cantinho do Reis”. É aí que todos nós fazemos reuniões jacobinas e de inequívoco travo republicano. É lá que encontro o General Augusto Monteiro Valente, com a valentia que fez dele um dos briosos e intemeratos Capitães de Abril, que ajudou a derribar uma das mais erráticas e carcomidas ditaduras da Oriental Praia. É aí que abraço o Carlos Esperança, versão restaurada de um Afonso Costa de travo anticlerical e de boutade pronta, capaz de fazer confessar a qualquer Divindade honesta o “touché” da estocada mortal. É nesse lugar que convivo com o cidadão Zé Dias, uma das almas mais sonhadoras que jamais me foi dado encontrar, ainda que queira esconder, num limbo de suposta eficácia pragmática, a sua mais íntima verdade, a mesma que resiste mal à contraprova da afectividade e ternura que ressuma da sua intrínseca autenticidade. Lá encontro também o Fernando Fava, um mocho sábio da teoria democrática e da reivindicação da Justiça Social, generoso e prestante, sem que tal comprometa a verticalidade de uma coluna vertebral que não cede nem cederá a quaisquer cantos de sereia. Nesse lugar partilho a refeição com uma Grande Senhora chamada Rosa Campos, alma de Artista, tentando esconder, no travo da Poesia que a envolve, o tesouro de sensibilidade e de elegância que faz dela uma notabilíssima Mulher e uma excepcional Cidadã. Por lá aparece também a Anabela Monteiro, uma “força da Natureza” da eficácia e do realismo, sumamente votada à solidariedade e à entreajuda, mulher notável que deveria ser, numa Democracia adulta (a milhas da que temos), uma incontestável leader do tecido social ou político. É também aí que aparece o meu querido Jorge Marques Loureiro, corredor da maratona dos afectos altruístas, campeão do que vale a pena, fundista do que é Bom e Belo.

 A todos eles quero eu manifestar o meu “muito obrigado!”, por ajudarem a realizar campanhas que me são caras, missões que me são indeclináveis, objectivos que me são irrenunciáveis. Acima de tudo, aceitem a minha gratidão pelo fácil reconhecimento de que tais campanhas, missões e objectivos são igualmente – e por inteiro – também vossos, em coincidência íntegra e total com as vossas belas almas de Cidadãos (e Cidadãs) do Mundo – e de Cidadãos (e Cidadãs) daqui.

Daqui, desta ponta de mar, deste resto de terra que ofereceu respaldo a Camões e ao Infante, a Antero e a João de Deus, a José Falcão e a Aquilino Ribeiro.

 O “Cantinho do Reis” é o nosso “Clube dos Povos”!  O Terreiro da Erva é o nosso doméstico Terreiro do Paço, sem ministros ventrudos e sem autoritarismos dispépticos.

 Obrigado! É bom, muito bom, saber que estamos unidos nas batalhas triviais do Presente e nos desafios insondáveis do Futuro. Um abraço!  

“ Saúde e Fraternidade! ”. Para sempre.

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