18 de abril de 2011

NOBRE, O "BOM RAPAZ" ...


Fernando Nobre justificou-se: após três conversas com Pedro Passos Coelho, descobriu nele um Estadista, um ser humano das mais estimáveis qualidades, um chefe capaz de salvar Portugal da catástrofe. Foi então por isso que Nobre decidiu esquecer o assédio que o PS também lhe tinha dirigido pelo namoro que o PSD lhe veio propor. Fernando Nobre declarou também que gostaria de ocupar o cargo de Presidente da Assembleia da República para poder levar por diante um projecto de “Cidadania de proximidade”.

Eu não acredito que o Dr. Fernando Nobre seja um calculista primário e despojado de valores éticos. A sua vida fala por si. Assim sendo, resta-me considerar esta figura o mais acabado exemplo de ingenuidade que a democracia formal conseguiu produzir em Portugal, no decurso de toda a sua vigência. Uma escolha do calibre daquela que foi feita por Nobre, assente em três conversas, ao arrepio de muito do que antes sustentara na campanha presidencial, na escuridão radical do programa político do PSD – que admitiu não conhecer –, é um caso notável de menoridade de juízo e de puerilidade de opinião.

A outra vertente da questão é a do voluntarismo de alguém que não sabe que as funções do Presidente da Assembleia da República são quase de índole mecânica – falas tu, agora interrompes, depois peroras tu, agora vota-se, etc, etc … - e que o sistema não está preparado para admitir outra moldura e outro tipo de protagonismo. Salvo melhor opinião, é este fundo de ingenuidade, este voluntarismo sem substância, que tem feito do Dr. Fernando Nobre uma figura errática, juntando à falta de rumo alguma falta de siso.

Para terminar, a Cidadania “ de proximidade” ou “de diálogo” que este Cidadão se proporia desenvolver, esbarra com as características do proponente. Fernando Nobre é uma figura completamente privada de eloquência: mastiga palavras, enrola ideias em digressões obscuras, salta de frase em frase com uma imprevidência e uma leveza incompatíveis com a gravidade da asserção fundada e acaba por dar de si a imagem de um colegial desajeitado e demasiado crédulo.

Prevejo que o Dr. Fernando Nobre virá a ser o “bode expiatório” das prostitutas partidocráticas, bem batidas e cheias de ronha, que dele se irão servir. Por isso, mais do que o condenar, eu devoto-lhe desde já um sentimento de profunda piedade. É que o tempo já não vai para “bons rapazes” …

3 comentários:

João de Castro Nunes disse...

O seu retrato é perfeito
desta figura infeliz
que sem se dar ao respeito
se quer impor ao país!

JCN

João de Castro Nunes disse...

Ter de Nobre o apelido
nobreza não constiti:
esta apenas faz sentido
se coisa alguma a polui!

JCN

João de Castro Nunes disse...

Todos os dias na terra
ídolos vão baqueando,
que deserta vai ficando
das ilusões que ela encerra!

JCN