15 de abril de 2011

VAN GOGH


Choro de lírios sob o riso dos sóis

E tu aí – frágil e nua em poente de sangue.

Depois disseram que o homem estava louco

Por se ter mutilado. E ninguém entendeu

Que o homem cortara a orelha

Por se recusar a decepar os lírios

E por se ter lembrado daquela antigo amor

Que deixara um dia, frágil e nu

Em poente de sangue.

E a Natureza física, como geografia fusiforme

Veio perturbar a memória do pintor

Sem que ele admitisse uma só vez

Que lírios poderiam decepar-se ao poente

Ou que um amor do passado pudesse latejar

Fútil, frágil e nu, em poente de sangue.

Sem comentários: