15 de julho de 2011

PLAÇA DE CATALUNYA


Era produto duma textura

Débil

Sobrevivendo de maneira

Hábil.

Mulher de quantos a quisessem

Lábil

Pois que só um a possuía

Frágil.

Ao dandinar por avenidas

Ágeis

Trazia cheiros de serralhos

Flébeis

Mulher perdida lhe chamaram

Hábeis

Débeis

Frágeis

Moralidades, mortalidades

Mundanais

Perdidos mundos

Gente perdida

Toda aos ais

Menos aquela, menos ela

Que dandinava

E se encontrava

Em avenidas

Muito perdidas

Todas vazias

Mas não de si

É bom, por isso

Estar aqui

A olhar-te

A querer pegar-te

À unha

Na Praça

Roliça

Da Catalunha.

Barcelona, 10 de Julho de 2011

3 comentários:

João de Castro Nunes disse...

Na Praça da Catalunha
dos meus passos há vestígios,
tendo sido testemunha
dos mais incríveis prodígios!

JCN

João de Castro Nunes disse...

Esta sua poesia
é de estranha arquitectura
sem qualquer analogia
na nossa literatura!

JCN

João de Castro Nunes disse...

Não depende a poesia
da forma que o verso tem:
o que importa é a harmonia
dos termos que ela contém!

JCN