21 de novembro de 2012

POR UMA DEMOCRACIA INCLUSIVA

Uma qualquer sociedade produz bens materiais e com eles pode dinamizar a sua economia ; também elabora ideias e promove a descoberta de novas teorias científicas e com base em tal constitui a sua cultura teórica, científica e tecnológica ; igualmente oferece aos seus elementos a possibilidade de administrar e gerir ou co-gerir os seus órgãos de decisão e de afectação d e meios, daí resultando o seu funcionamento propriamente político ; finalmente, as sociedades tentam organizar as suas formas de convivência da maneira mais harmoniosa possível. Assim sendo, fácil é reconhecer nos agregados humanos os seus vectores económico, cultural, político e social. Uma Democracia que se queira reconhecer adulta tenta aprofundar, o melhor que lhe é possível, este quadro fundamental de referência. Fala-se muito , nos dias de hoje, em Democracia inclusiva, sem que frequentemente se retirem do conceito as necessárias consequências. A Democracia inclusiva, por definição endógena, terá a necessidade de INCLUIR os respectivos Concidadãos na partilha de todos os bens gerados a partir da instância económica, política, cultural e social. Numa sociedade onde se aprofunde o fosso entre ricos e pobres, a Democracia está em recessão, pois exclui numerosas pessoas da fruição de bens e meios económicos. Uma sociedade que promove o desinteresse das suas partes componentes ao ponto de só votar uma percentagem insignificante do seu corpo eleitoral é uma sociedade anémica, do ponto de vista da Democracia política que pratica, o mesmo se podendo dizer no caso de um significativo número de elementos se negar ao envolvimento político por sentir que daí resultarão imputações crapulosas ou menos dignificantes . Uma sociedade que reserva a formação cultural apenas para uma elite, que corta bolsas de estudo aos estudantes mais carenciados e que paralisa a investigação científica e a produção teórica é uma sociedade incapaz de gerar uma verdadeira Democracia cultural. Finalmente, uma sociedade que exclui do direito à saúde, à habitação, mesmo ao lazer uma muito alta percentagem de Concidadãos e uma sociedade deficitária no âmbito da Democracia social. Ou seja : torna-se necessário proclamar, alto e bom som, que qualquer sociedade que apenas coloque em funcionamento a vertente política, com eleições periódicas e até com um número significativo de votantes, é uma sociedade onde a Democracia se vai realizando numa proporção insignificante e indignificante. A teorização republicana, desde os tempos da propaganda à época da sua realização histórica, sempre teve como seu desígnio a INCLUSÃO da Cidadania em todas as vertentes atrás assinaladas. Isto permite traçar sempre um diagnóstico da maturação democrática do todo social, com a vantagem de tal se poder realizar à margem das cartilhas ideoógicas estritas.

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