19 de dezembro de 2012

A DEMOCRACIA DOS DIAS

Gostava muito que o dia 18 de Dezembro fosse um dia comemorativo. Ou o 4 de Março. Ou o 16 de Novembro. Não é justo que o dia de hoje não seja comemorativo. Até no domínio das datas existem classes , bem como é nelas notória a celebrada e sempre invocada luta de classes. Verdadeiramente, digam-me ( se souberem) o que distingue um 18 de Dezembro de um primeiro de Janeiro ou de um 24 de Dezembro. Bem sei que os responsáveis fizeram esforços estimáveis para que qualquer um dos dias do ano subisse no “ranking”. Até é por isso que se convencionaram os aniversários. Os aniversariantes consideram o seu dia um dia especial. E isto promove inquestionavelmente os anseios da Democracia Cronológica. Mas as realidades do calendário gregoriano forçam-nos a reconhecer que há que trilhar um longo caminho para que um qualquer 24 de Outubro possa ter o brilho, a ressonância, o entono de um primeiro de Maio ou de um primeiro de Janeiro. É necessário o empenhado esforço de todos os “democratas cronológicos” para que todos e cada um dos dias do calendário (gregoriano) tenham a dignidade que qualquer dia deve ter : com direitos sociais estabelecidos, abono de família atribuído, cartão diarista de cidadania e direito ao trabalho. Neste último aspecto, o Domingo está francamente diminuído. Parece que houve uma Divindade qualquer que não trabalhou ao sétimo dia. E , vai daí, fica o pobre do Domingo privado do direito ao trabalho ! Não pode ser ! A continuarmos assim, resvalaremos para a ominosa situação do calendário chinês, onde existem anos do burro, da lagartixa e do cão. Será uma rasoira absolutamente deprimente, pois todo e qualquer dia não escapará a ser apontado como um dia de cão. Em frente pela Democracia Cronológica ! Morte ao calendário chinês !

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