19 de janeiro de 2007

FRAGMENTO PARA UM EPÍLOGO

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Se tiveres, um dia, de pensar em mim
Como uma coisa vaga, pretérita e arcaica,
Não te queiras culpar, por ter chegado ao fim
A romanesca trama da nossa história laica.
Pondera, antes, que o tempo é conselheiro
De toda a criação, de toda a criatura.
Dá-me , então, carinhosa, teu beijo derradeiro
E deixa que te guarde no limbo da ventura...
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2 comentários:

Luís Alves de Fraga disse...

Meu Amigo,
Pasmo perante a suavidade, a doçura, do retrato do desenlaçar dos laços de uma relação.
A isto chamo o espelhar da alma de um Poeta.
Ao perdoar-me, pense na penitência que devo cumprir, porque, confesso, invejo-lhe a Arte.
Um abraço

Anónimo disse...

O final de uma relação não tem nem deve significar que se pense o "outro" como uma coisa vaga, pretérita e arcaica. Como profissional da História, atribuo ao passado um enorme valor, uma vez que nos ajuda a crescer interiormente e a construir um presente e um futuro mais completos.
Seria, por isso, muito bom, que, nesses finais de relação, o beijo carinhoso fosse possível e que possível fosse as pessoas poderem guardar-se no limbo da ventura.
Infelizmente, quão grande é a distância entre ficção e realidade!...