23 de junho de 2008

AS CRIANÇAS

Não é verdade que as crianças sejam imaculadas e incorruptas. Não é verdade que elas correspondam aos paradigmas de inocência com que têm sido desculpabilizadas pelas visões românticas e por todas as mães desvanecidas. Não é verdade que as crianças desconheçam radicalmente a cupidez, a inveja, a hipocrisia, a violência, a crueldade. Mas é verdade que são elas o cadinho de um projecto de Humanidade que tanto poderá pender para o resgate do que temos de mau, no nosso ser mais íntimo, como para a anulação do que poderíamos revelar de bom, conforme o encaminhamento na estrada da vida. É por isso que as crianças são o mais precioso capital de esperança ou a mais nefanda promessa de danação. Está nas mãos dos adultos fazerem delas uma ou outra coisa.

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